segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Pequenas histórias do Quinto dos Infernos VI

Cramulhão é o Capeta-mór do Quinto dos Infernos há 16 milhões de anos. O Quinto não tem Diário Oficial porque nenhuma rádio, emissora de TV e jornal publicam nada contra o "chefe".


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vade retro, mulambada*


Quem compra fruta estragada?
Quem gasta dinheiro com o que não vale nada?
Quem aposta milhões em empresa saqueada?
E em linha de produção estagnada,
arrebentada,
amaldiçoada?

Se a intenção é "lavar a bolada"
Sete um, preste atenção:
a jogada é pra lá de manjada

Alô, pastor, cuide de sua manada!
Publicitário, teu papo não agrada
Político que come pela beirada
E empreiteiro que gosta de grana facilitada
Tô de olho nessa bocada

Você que finge ajudar a moçada
Mas só pensa na comissão regada
Saiba que Irmã Dulce, abençoada
Só teve uma, camarada

É por isso que eu canto:
Vade retro, mulambada!
Vade retro, mulambada!



*A novela da venda de um jornal inspirou a letra desta música

Pequenas histórias do Quinto dos Infernos V


Rosa exalava enxofre no Quinto dos Infernos. Ela tinha seis filhos de seis companheiros fugazes. Virava diarista quando a situação apertava muito.

Entre priorizar as farras ou as crianças, preferiu o que dava menos trabalho.

***

Ana Hot fugiu de casa aos 15 anos.

Lilica, 13, foi matriculada na escola para receber a Bolsa Inferno. Mal sabia ler.

Adriana, 12, tinha uma doença que consumia o fígado. Quase não comia. Era um fiapo.

Marcela, 10, cabelos curtos, olhos esbugalhados. Tinha dois companheiros inseparáveis: a fome e o medo.
Capetinha, 7, andava sempre de bermuda, descalço e sem camisa. Não sentia mais a quentura sob pés. Recentemente, começou a fazer pequenos serviços para o traficante de pedras sulfúricas.

McQueen, 5, filho do homem que a diarista mais amava. Era o único que recebia beijos e abraços da mãe.

***
Na noite do último fim de semana, Rosa foi vista num beco, enroscada com Chifrudo, que pagou para a dama umas cervejas e um ingresso para o show da banda Disco Inferno. 

Ela ainda não sabia, mas estava grávida de novo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

3x4 dos jornais brasileiros

Os jornais em dificuldades financeiras tendem a virar diários oficiais, pois é nas prefeituras e noss governos estaduais que eles vão mendigar quando estão severamente endividados e não encontram, por costume ou incompetência, outras formas de se manter.

A cegueira para “salvar” o veículo – muitas vezes a maior preocupação não é com o jornalismo, e sim com o próprio bolso – leva à paranoia. Se um repasse da prefeitura ou do estado atrasam, cogita-se mil e uma possibilidades para isto. “O estado não paga porque estamos dando mais espaço para a prefeitura”, “O governador (ou o prefeito) não está satisfeito por causa das matérias do final de semana”. E haja especulações.
Sem coragem para perguntar porque o repasse atrasou, o melhor é aplicar a censura. Mesmo que o atraso possa ter ocorrido porque o governo não está com tanto dinheiro assim e também tem que investir em outras áreas, além de empresas falidas.
Um dia, em um jornal em que trabalhei, um dirigente decidiu que não podia mais publicar reportagens contra um determinado governador. O mesmo diretor geral dizia, sem certeza nenhuma, que uma matéria sobre buracos em estradas é que tinha sido o motivo para o atraso do socorro financeiro, feito em forma de verbas publicitárias.
No mesmo dia da proibição, o prefeito de uma cidade do interior foi à redação. Carregava consigo a página da matéria sobre buracos na estrada e fotos de uma rodovia estadual esburacada, sem nenhuma manutenção. Ele queria apenas que se o jornal fosse dar continuidade a reportagens sobre este tema, que incluísse a estrada que cortava o seu município.

- Não tem ônibus escolar, não tem ambulância que resistam. À noite, ocorrem vários assaltos, os carros passam bem devagar por causa dos buracos e os motoristas são roubados. Tento fazer minha parte, mas a manutenção da estrada é de responsabilidade do governo estadual e não é realizada há muito tempo -, relatou o prefeito para dois editores e um colunista.

Enquanto ouvia isso, eu sofria ao pensar que ao dar dinheiro para o jornal, o governo do estado pode estar tirando de outras áreas e prejudicando um número bem maior de pessoas, crianças inclusive. Na ânsia de manter seus privilégios e a fachada de messiânico para os funcionários, o tal diretor geral esquece as consequências de seus atos para a sociedade e para o jornalismo.

Como se não bastasse, no mesmo dia ele mandou tirar uma foto de interesse público da capa porque desagradaria ao governador.

 Esse é um retrato 3 x4 da imprensa nacional.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Caderno especial Fiol
















Caderno que fiz da apuração à edição. Diagramação e arte: Vado Alves, Mauro Girão e Túlio Carapiá. Fotos: Erik Salles, Nazal Saub e Divulgação. Revisão: Josélia Ribeiro

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Menino

Arremesso a pedra
E corro
Ela se espatifa na vidraça
Fere alguém
Arranca um pedido de socorro
Breve

Estanco

Olho para trás
Sem saber direito o que fiz
Tentei acertar um pássaro
Quebrei foi um nariz
Escorre

Arranco

Já penso no próximo alvo

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Meu currículo


Experiência profissional



Outubro de 2010                Salvador - BA

Jornal Massa!

Secretário de redação

* Criação e planejamento do jornal popular Massa!, do grupo A TARDE em conjunto com a empresa de consultoria Cases i Associatis e do jornalista Ricardo Mendes. O jornal é um case, chegou a média mensal de 23 mil exemplares, 22º do IVC em venda avulsa, sem os investimentos em promoção, marketing e distribuição previstos. Segundo dados do Ibope, atingimos em abril a média de 288 mil leitores/dia. Somos o segundo jornal em venda avulsa na cidade.



Julho de 2006                     Salvador - BA

Jornal A TARDE

Secretário de redação


* Coordenação do trabalho de edição de todo o jornal

Edição da primeira página.

Planejamento de cadernos e coberturas especiais

Participação em questões estratégicas de gerenciamento e funcionamento da redação

Participação no processo de convergência de mídias

Substituto do editor-chefe durante as férias (2008 a 2011)

Desenvolvimento de projetos (jornal popular e reformulação do processo de funcionamento de editorias)

Gestão de pessoal

Criação da revista Camarote

Coordenação geral da cobertura de Carnaval

Criação do jornal popular MASSA!



Prêmios e indicações
Primeira página sobre a posse da presidente Dilma Roussef ganhou prêmio da SND de excelência em designer

Finalista do Prêmio Esso, em 2008. Categoria primeira página. Primeiro lugar na comissão de avaliação com o trabalho “Tragédia em sete atos”, sobre a morte de torcedores e os fatores que colaboraram para a ocorrência do acidente, no estádio da Fonte Nova, durante o jogo Bahia x Vila Nova, pela série C do Brasileirão. Concorreram 103 primeiras páginas de todo o País.

Primeira página sobre a posse do presidente Barack Obama foi escolhida pelo , elaborada por mim, foi escolhida entre as 30 mais criativas do mundo e incluída no livro “President Obama – Election and Inaugurtion”, que transformou-e em best-seller, nos Estados Unidos, em 2009.

Primeira página sobre a posse da presidente Dilma ganhou o prêmio de excelência em designer da SND




Agosto de 2001 – Janeiro 2007    Rio de Janeiro - RJ

Universidade Estácio de Sá

* Professor do curso de Comunicação Social e coordenador de Mídia Impressa do Campus Rebouças

Assessor da direção do curso de Comunicação (2005 – saída a pedi­do: janeiro de 2006)

Coordenador do Departamento de Mídia Impressa (2002 – saída a pedido: março 2005)

Professor de Redação Jornalística I, Redação Jornalística IV e Plane­jamento Editorial.

Editor do suplemento Planejamento, treinamento e formação de equipes: 1º Fórum Internacional de Futebol, publicado em parceria com o jornal Lance! (tablóide, 12 páginas, 2004).

Editor do suplemento Esportes e Profissões, publicado em parceria com o jornal Lance! (tablóide, 12 páginas, 2003).

Editor do jornal Exitus, cujo objetivo é ressaltar a atuação de alunos e professores da universidade em diversas áreas (1º semestre de 2004).

Editor do jornal laboratório DIREITO E CIDADANIA, publicado em parceria com Jornal do Brasil.

Editor do jornal mural PAPEL DE PAREDE, segundo colocado na Expocom 2004.

Editor do ESTÁCIO NOTÍCIAS, publicado em parceria com o Jornal do Brasil

Editor da newsletter INFORME ESPECIAL.



Artigos

* “Proposta de produção de jornais populares”. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, volume XXVI, nº 2, ju­lho­/dezembro 2003.

“De pipocas, sorvetes e jornais”. Apresentação de proposta sobre saídas para a mídia popular. Publicado no site do Observatório da Imprensa, em 7 de junho de 2005.

“Tempero brasileiro para uma receita espanhola”. Artigo sobre novas tendências do jornalismo popular, a partir da experiência européia de jornais gratuitos. Publicado no Observatório da Imprensa e no site do curso de Master em Jornalismo para Editores, patrocinado pela Universidade de Navarra. Publicado nos dias 30 e 31 de agosto de 2005, respectivamente.

“Patrão, o trem atrasou, por isso estou chegando agora...”. Artigo sobre os motivos que levaram as empresas jornalísticas brasileiras a investirem tardiamente em novas experiências de jornais populares de qualidade. Observatório da Imprensa: 6 de setembro de 2005.

“Jornais populares: um mercado em ebulição”. Artigo sobre o lançamento de um novo jornal popular de qualidade no Rio e análise do mercado a partir desse lançamento. Observatório da Imprensa: 15 de novembro de 2005.



Orientação de projeto prático para conclusão de curso

Tema: “Grafite: contestação, marginalidade, arte e trabalho”. Aluna: Gabriela Fontoura Rodrigues. Nota: 10, 0 (DEZ). Banca formada pelo professor Ary Moraes.


Participação em bancas

Tema:"Valores-notícia do Jornal Massa! - Um estudo sobre os novos jornais populares". . Aluna: Louise Danielle Miranda Pita. Orientador: Fernando Conceição. Banca:Lia Seixas e Paulo Oliveira. Data: 11/07/2011.

Tema: “A imprensa e o agendamento do debate público: uma análise da inteferência do Jornal do Commercio e O Globo na vida política brasileira”. Aluna: Josiane Ferrara Câmara. Orientador: Milton Faccin. Banca: Leopoldo Guilherme Pio e Paulo Oliveira. Data: 09/12/04.

Tema: “A abordagem da violência urbana nos jornais O Dia e JB”. Aluna: Cíntia Sanguinetti Guimarães. Orientador: Milton Faccin. Banca: Leopoldo Guilherme Pio e Paulo Oliveira. Data: 03/12/04.

Tema: “A televisão e a eleição de Fernando Collor”. Aluno: Guilherme Calil de Carvalho Silva. Orientadora: Sandra Machado dos Santos. Banca: Beatriz Schimdt Araújo e Paulo Oliveira. Data: 26/11/04.

Tema: “O fotojornalismo de guerra na última década”. Aluno: André Augustus Coelho Cardoso. Orientador: Vinícius de Carvalho Monteiro. Banca: Paulo Oliveira e Sandra Machado dos Santos. Data: 07/06/04.

Tema: “História e vida das revistas femininas: uma visão sem pré-conceito”. Aluna: Alhanda Gomes de Moura. Orientadora: Beatriz Schimdt Araújo. Banca: Margot Ferreira Bárcia e Paulo Oliveira. Data: 04/06/04.

Tema: “A desqualificação da programação da TV brasileira”. Aluna: Márcia Cristina Soares dos Reis. Orientador: Vinícius de Carvalho Monteiro. Banca: Paulo Oliveira. Data: 01/12/03.

Tema: “Os bastidores da nova democracia. O papel da mídia impressa na eleição presidencial de 1989”. Aluna: Tatiane Franco Barreiro. Orientadora: Isabela Spagnolo. Banca: Charbelly Estrela e Paulo Oliveira. Data: 01/12/03.

Tema: “O papel do correspondente face aos avanços tecnológicos – A cobertura da Guerra do Iraque”. Aluna: Flórence Couto dos Santos. Orientadora: Isabela Spagnolo. Banca: Margot Ferreira Bárcia e Paulo Oliveira. Data: 20/11/03.




Julho de 2001 – Setembro de 2002                  Rio de Janeiro - RJ

GloboNews.com

Produtor de conteúdo sênior – Editoria Política

* Pautar; apurar, redigir e consolidar matérias. Editar página de política do sítio de notícias produzidas pelo sistema Globo (rádios, jornais, TV e associados). A função equivale ao cargo de subeditor.



Fevereiro 2000 – Março 2001                             Rio de Janeiro - RJ

Jornal do Brasil

Chefe de reportagem e Editor de Cidade

* Elaboração de pautas, coordenação de produção e edição de matérias. A tragédia do ônibus 174, a visita dos sem-teto ao principal shopping da cidade, mortandade recorde de peixes na Lagoa, edição dos cadernos especiais de carnaval, a divulgação do resultado do Inquérito Policial Militar da Marinha sobre as causas do afundamento do submarino Tonelero e as denúncias sobre a "banda podre" da polícia feitas pelo ex-coordenador de Segurança, Luiz Eduardo Soares, foram algumas das matérias publicadas com destaque neste período.


Janeiro de 2000 - Fevereiro de 2000                    Rio de Janeiro - RJ

Associação Comercial do Rio de Janeiro

Assessor-chefe de Imprensa

* Responsável pela edição de dois boletins quinzenais e uma revista mensal da instituição e pela divulgação das ações da direção e das comissões da entidade.



Setembro de 1998 – Julho de 1999       Fortaleza - CE

Jornal Hoje e Jornal O Povo

Idealizador e responsável pelo projeto gráfico e editorial do jornal, lançado em dezembro de 98.

Diretor de redação.

* Atendendo solicitação da direção da empresa, que editava o HOJE, transferiu-se com sua equipe para o jornal O POVO, o mais tradicional do Ceará, onde ocupou a função de editor-executivo.


Prêmios

Prêmio Esso Regional Nordeste, em 99. Participei da equipe responsável por uma série de matérias sobre o Caso Campelo, que provou o envolvimento do delegado nomeado para o cargo de Diretor Geral da Polícia Federal com a tortura do padre José Antônio de Magalhães Monteiro. Pressionado pela publicação de documentos que o ligavam à tortura, Campelo pediu exoneração três dias depois de tormar posse.



Fevereiro de 1998 – Agosto de 1998        Rio de Janeiro - RJ

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

Assessor-chefe de imprensa

Elaborou o projeto editorial da home-page do Ministério Público, divulgou nacionalmente as atividades do MP



Setembro de 1987– Agosto de 1997      Rio de Janeiro – RJ

Jornal O Dia

Pauteiro, Repórter Especial, Chefe de Reportagem, Subeditor de Cidade, Editor de Edições Regionais e Editor de Segmentação.

* Editor do Caderno Grande Rio, voltado para a Baixada Fluminense com edição dominical, entre 1989 e 1995. Este caderno foi o embrião das atuais edições regionais.

Como Editor de Edições Regionais participou da implantação, expansão e consolidação das sucursais das regiões Norte, Sul e Serrana. Entre fevereiro de 1994 e agosto de 1997 a vendagem do jornal nestas regiões teve um aumento médio de 102%.

Criação das edições regionais diárias da Baixada Fluminense, com tiragem superior a 120 mil jornais/dia, e da Grande Niterói, 40 mil jornais/dia.

Editor, coordenador e pauteiro de cadernos regionais temáticos, que ajudaram a mudar a mentalidade das autoridades e jornalistas locais, pois não se limitava a fazer matérias de interesse das empresas e prefeituras que patrocinavam os projetos. A Companhia Siderúrgica Nacional, por exemplo, patrocinou dois cadernos que chegaram a ser usados nas escolas da cidade de Volta Redonda. Neles, além dos feitos econômicos da CSN, eram tratados temas como demissão em massa e poluição provocada pela empresa.

Editor, coordenador e pauteiro do caderno de Carnaval de 1995.

Editor e coordenador da matéria que ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, em 1996. A matéria sobre um espancamento em Campos, cuja repórter Elis Regina Nuffer evitou a morte de um menor acusado de assassinar uma menina por ciúmes, dividiu o prêmio principal com a reportagem que revelou fotos dos presos políticos assassinados durante a ditadura militar publicada pelo jornal O Globo e desbancou dezenas de concorrentes de conceituados jornais e revistas nacionais (Isto é, Veja, Folha de São Paulo, etc.)

Participação na implantação do serviço O Dia On Line, site que mantém a média de 60 mil acessos/dia no provedor Universo On Line.

Participação na mudança editorial do jornal A Notícia, pertencente ao mesmo grupo de O Dia. Além de criar várias colunas, participar do projeto gráfico, contratei vários colaboradores para o jornal. Entre eles, Roberto Dinamite (ex-jogador do Vasco, Seleção Brasileira e deputado estadual) e Hélio de La Peña (integrante do grupo Casseta e Planeta). Em menos de três meses, a tiragem do jornal passou da média de 21 mil para 30 mil jornais/dia na capital.



Prêmios
Prêmio Esso por equipe na categoria contribuição à Imprensa pela mudança editorial do jornal O Dia, em 1988

Prêmio Fenaj de Jornalismo pela pauta e coordenação da série sobre o centenário de Abolição da Escravatura, em 1989

Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos com a série de matérias sobre a atuação de Grupos de Extermínios no Rio de Janeiro, em 1993.

Prêmio de melhor matéria do mês do jornal O Dia para a matéria sobre o extermínio, em julho de 1993.

Prêmio de melhor matéria do ano do jornal O Dia pela mesma reportagem, em 1993.



Trabalhos no exterior

Cobertura em Montevidéu dos preparativos da seleção uruguaia que decidiria com o Brasil uma das vagas para a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Reportagens e comentários feitos para O Dia foram republicados em jornais uruguaios.

Visita aos jornais Midi Libre, em Montpellier (França), que possui 14 edições regionais diárias, e El Periódico de Catalunya, em Barcelona (Espanha). Além de coletar informações sobre funcionamento e tecnologia usada por estes jornais, foi possível sugerir medidas que foram adotadas por O Dia. As visitas ocorreram no mês de janeiro de 1996.



Maio de 1985 – Setembro de 1987         Rio de Janeiro - RJ

Jornal do Brasil

Repórter e pauteiro.

* Elaboração de matérias exclusivas, como a cassação do diploma do médico Amílcar Lobo, que colaborou com torturadores durante a ditadura militar sob o pseudônimo de Dr. Cordeiro. E investigação que resultou na elucidação da morte de um francês, conhecido por ser um dos primeiros vendedores de sanduíches naturais nas praias da Zona Sul da cidade.

Titular da coluna sobre a história das ruas do Rio de Janeiro, publicada no Caderno de Cidade.




Maio de 1983 – Março de 1985             Rio de Janeiro - RJ

Revista Veja

Pesquisador e produtor de matérias.

* Elaboração do arquivo da sucursal Rio.

Escuta de rádio e autor de notas para as colunas Gente e Datas.



Fevereiro de 1983 – Abril de 1983         Niterói - RJ

O Fluminense

Estagiário e repórter

* Cobertura do noticiário de cidade.




Fevereiro de 1982 – Novembro de 1982           Rio de Janeiro - RJ

Jornal dos Sports

Estagiário.

* Reportagens de esportes amadores. Cobertura dos times de futebol da primeira divisão do Rio de Janeiro.



Maio de 1981 – Novembro de 1981     Rio de Janeiro - RJ

Gazeta de Notícias

Estagiário.

*Reportagens policiais e de cidade.





Dezembro de 1980 – Março de 1981    Santa Cruz do Sul - RS

Gazeta do Sul e Rádio Gazeta

Estagiário.

* Reportagens esportivas e cobertura das viagens do time local (Santa Cruz), que disputava o campeonato gaúcho.





OUTRAS ATIVIDADES


Janeiro 2012

Diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)

Eleito para o biênio 2012-2013



Janeiro 2006 – Junho 2006           Rio de Janeiro-RJ

Escola Popular de Comunicação Crítica da Maré

* Coordenador e professor do curso de Extensão em Comunicação Integrada. O curso é voltado para jovens e adultos da Maré, Alemão, Jacarezinho, Mangueira, Vigário Geral e Baixada Fluminense, visando à formação de fontes qualificadas e comunicadores populares O projeto é da ONG Observatório de Favelas, com apoio da UFF, UFRJ, Uerj, Abraji, Afro-reggae e Associação dos Produtores Independentes de Vídeo.


Março 2006 – Junho 2006                Rio de Janeiro-RJ

Inmetro

* Produção de textos para a elaboração do relatório bianual do Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial.





Janeiro 2006 – Abril 2006                  Rio de Janeiro-RJ

Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes)

Reestruturação da página da intranet do departamento de Recursos Humanos: inventário, padronização de textos e conteúdo e sugestões para a melhoria do projeto gráfico da página.



Dezembro de 2005 – Janeiro 2006     Rio de Janeiro-RJ

Fundação João Goulart (Prefeitura do Rio de Janei­ro)

Integrante da banca que elaborou as provas para o concurso de seleção de técnico legislativo em Comunicação Social da Prefeitura de Resende.



Novembro de 2005                      Rio Branco-AC

Uninorte-AC

* Professor do módulo “Tópicos especiais de Jornalismo Político”, do curso de Jornalismo Político (pós-graduação lato sensu). Carga horária: 30 horas.





Julho de 2005 – Julho 2006         São Paulo - SP

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - Abraji

* Instrutor do curso de Reportagem Auxiliada por Computador, já tendo ministrado cursos no jornal O Globo (RJ), TV Globo (SP) e TV Globo (MG).

Em outubro de 2005 participou como palestrante e ministrou oficina de RAC (Reportagem Auxiliada por Computador), no 1º Congresso Interna­cional de Jornalismo, organizado pela Abraji, na PUC-RJ.



Junho de 2005 – Outubro 2005     Rio de Janeiro – RJ

Multirio

*Desenvolvimento e aplicação de oficina de Jornalismo para professores da rede pública municipal entenderem técnicas e estética de jornais e revistas para incentivarem a implantação de meios impressos para os alunos. Entre os objetivos da oficina estão o desenvolvimento de senso crítico; incentivo à leitura; democratização da informação e despertar vocações.


Março de 2005 – Maio 2005         Rio de Janeiro – RJ

Petrobras

*Freela para elaboração (apuração e textos) de matérias para a publicação do Caderno Petrobras Amazônia, que consiste num especial de 60 páginas sobre a atuação da empresa na Região Amazônica.



Março de 2005 – Abril 2005          Rio de Janeiro – RJ

Editora Rio

* Edições de livros da coleção Gente. Os dois primeiros foram os do brigadeiro Mauro Granda e do senador Marcelo Crivella, ambos lançados em abril de 2005.




Fevereiro de 2005 – Maio 2005     Rio de Janeiro - RJ

Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

*Professor do curso livre de Jornalismo Popular. Carga horária total: 30 horas.



Outubro de 2004 – Maio 2005      Rio de Janeiro - RJ

Fundação João Goulart (Prefeitura do Rio de Janei­ro)

Integrante da banca que elaborou as provas para o concurso de seleção de repórter/redador e redator/editor de jornalismo da Multirio (Empresa Muni­cipal de Multimeiros – Multirio) e que julgou os recursos dos candi­datos.



Julho de 2004 – Outubro de 2004    Rio de Janeiro - RJ

Comitê Conde 15

*Coordenador de imprensa da campanha do candidato a prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde.

Edição, pauta e produção de conteúdo para o site www.conde15.com.br.

Coordenação da equipe formada por 1 subeditor, 5 repórteres e 2 fotógrafos que faziam o acompanhamento diário do candidato.

Supervisão e edição dos 27 jornais regionais de campanha.

Assessoria de imprensa.


PALESTRAS E CURSOS

* Palestrante no 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido em São Paulo, pela Abraji. Tema: O mercado de jornais populares - julho de 2012

Palestrante no 5º Encontro de Jornais Populares, da SIP, em Cartagena das Índias. Tema: Como formar equipes de jornais populares– setembro de 2011

APG Sênior Amana-Key.Realizado entre os dias 22 e 26 de fevereiro, no Advance Center da Amana-Key, em Cotia (SP). Carga horária: 50 horas

Curso on line de “Investigação sobre Gastos Público”, realizado pela Associação Contas Abertas e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo”, concluído em 2009. Carga horária: 40 horas.

Master em Jornalismo-Gestão de empresa de comunicação (março a julho de 2008), promovido em parceria do Instituto Internacional de Ciências Sociais e a Universidade de Navarra, Espanha), em São Paulo.

Curso sobre implantação de mudanças de gerenciamento nas redações multimídias – Ifra Newsplex (Universidade da Carolina do Sul – EUA). 18 e 19 de outubro de 2007

Curso “A Convergência das Midas e Novas Ferramentas da Internet para Jornalistas” – 11 a 13 de julho de 2007 – Professor Ramón Salaverría, da Universidade de Navarra (Espanha).

Participação do 2º Fórum Nacional de Gestão por Valores – Salvador, 26 e 27 de abril de 2007. Carga horária: 10 horas.

Palestrante do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, nos dias 17, 18 e 19 de maio de 2007, na Faculdade Cásper Líbero (SP).

Treinamento de Liderança situacional, promovido pelo jornal A TARDE. Salvador, 21 e 28 de outubro de 2006. Professor: Peter Barth. Carga horária: 16 horas.

Curso online de “Reportagem Auxiliada por Computador (RAC)”, realizado entre abril e maio de 2004, através do Centro Knight para Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas em Austin (EUA).

Especialização em Comunicação Jornalística, na Universidade Cândido Mendes. Tema do trabalho final: “Rompendo o cerco aos jornais popula-res”. Conclusão: 2002

Bacharelado em Comunicação Social, com ênfase em jornalismo impresso, no Centro Unificado Profissional (CUP), em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Posteriormente a faculdade foi transformada em Faculdade da Cidade, onde cursei os últimos períodos. Formatura: 1983


ESCOLARIDADE

Pós-graduação em Comunicação Jornalística (jornais populares) na Universidade Cândido Mendes (RJ)

Formado em Comunicação Social, com ênfase em jornalismo impresso, no Centro Unificado Profissional/Faculdade da Cidade (RJ)

Ginásio e Científico no Colégio Pedro II

Primário na Escola Pública República da Colômbia

Quatro anos do curso de inglês no CC.A,A

Curso básico de HTML, concluído no Laboratório de Informática do Museu da República.

Dados pessoais
Nascimento: 08/06/1962 - Rio de Janeiro
Casado, pai de três filhos

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Congresso de Jornais Populares, em Cartagena

Congreso de periódicos populares


Foto publicada no jornal El Universal, do 5º Encontro de Jornais Populares, em Cartagena. Na foto, Claudio Thomas, editor-chefe do Diário Gaúcho, eu e Yolima Ortiz, diretora comercial do Grupo Latino de Publicidad (GLP), que só conheci na hora da foto. O link das palestras é  http://www.institutodeprensa.com/v2/seminario_detalle_archivo.asp?id_seminario=122

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Contrastes


A capa de hoje de A TARDE mostra contraste interessante sobre o que nos dá orgulho e nos envergonha. A escolha das fotos, dos títulos, das palavaras. Tudo pensado para ser simétrico. Trabalho de equipe que arrancou elogio de designer com atuação em vários países (ver midiamundo.com de 31 de agosto). A edição mereceu nota 10 do blogueiro Eduardo Tessler. Este trabalho foi realizado depois das 21 horas por mim, os designers Axel Augusto e Vado Alves e o editor de fotografia Carlos Casaes.

Dos diversos elogios que recebemos dos leitores, escolhi um que me emocionou. Foi de Ana Behibak. Eis o que ela escreveu: "Mensagem: Gostaria de parabenizar o Jornal A Tarde ao tempo em que externo a minha satisfação ao ver a capa de hoje, 31 de agosto, fazendo o justo contraponto entre o Brasil da Fabiana Murer, o Brasil do Orgulho, a nação de cabeça erguida e aplaudindo de pé, e o Brasil da deputada Jaqueline Roriz, o país da vergonha, da corrupção e do império da impunidade e da falta de ética, de atitudes covardes, a nação de cabeça baixa, o Brasil rebaixado e profundamente envergonhado diante do mundo. Gostaria de dizer, que esta capa de A Tarde logrou trazer-me algo de alento, me senti representada nos meus sentimentos, a capa disse tudo o que está embargando a garganta de milhares de brasileiros, que como eu, vive à duras penas mas garante o sustento dignamente com o suor do próprio rosto, e que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente à noite, com a consciencia e as mãos limpas, só posso dizer MUITO OBRIGADA. Senti orgulho de ver a coragem de um jornalismo sério e sem amarras, comprometidos com a verdade, acima de tudo. Parabéns!"

A única critica que tivemos veio de um ex-funcionário de A TARDE, Vitor Pamplona:  "Meu protesto: Fabiana Murer não merecia esta comparação. O caso Jaqueline Roriz não representa um campeonato mundial de corrupção. Por essa dimensão equivocada, editorialmente, a capa é um desastre".

Não concordo, mas respeito toda e qualquer opinião.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dilma lá. E nós aqui

De volta à Varanda. Essa página ganhou um dos prêmios de excelência em designer da SND (Society for News Design), que foi concedido hoje. Interessante é que ela foi planejada por mim e pela editoria de Arte de A TARDE para sair no 1º turno. Veio o segundo turno, a vitória de Dilma e pudemos recuperar a ideia, que foi brilhantemente executada e aperfeiçoada pela secretária de redação Mariana Carneiro e pela equipe da Arte, formada por Pierre Themotheo - editor-coordenador da Arte,  Iansã Negrão - editora de Arte, Gil Maciel - editor de infografia, e Axel Augusto Hegouet - supervisor de Arte . Hoje, quando Iansã me deu a notícia da premiação, fiquei surpreso, pois já não me lembrava mais dessa capa.
Ah, vale lembrar que está foi apenas uma das três páginas de A TARDE, agraciadas na apreciação da SND. Para ver as outras: http://migre.me/3UiJp e http://migre.me/3UiIy .

domingo, 17 de outubro de 2010

A criança nasceu

Depois de 10 meses de trabalhos e pesquisas que envolveram 300 pessoas e 14 departamentos do grupo A TARDE, saiu a primeira edição do Massa!. Produto desenvolvido em parceria com a consultoria Cases i Associats é voltado para um mercado potencial de 1 milhão de novos leitores das classes C e D.

A equipe do Massa! é formada por Ricardo Mendes (editor executivo), eu, Ana Carolina Diniz (editora adjunta), Vado Alves e Pierre Themotheo (editores de arte). Marlene Lopes (editora de geral), Edmílson Ferreira (editora de esportes) e Izabela Machado (editora de bem viver e diversão).Os subs são: Ana Paula Ramos, Fernando Poffo e Ellen Alaver. Os repórteres são Beatriz Garcia, João Eça, Euzeni Daltro, Rodrigo Meneses, Rafael Thiago Nunes e Brenda Ramos. Os diagramadores são Moisés Souza Júnior, Genílson Lima Santos e David Matheus. Ilustradora: Lorena Moraes. Fotógrafos: Vaner Casaes e Lunaé Parracho.

O site do Massa! é jornalmassa.com.br.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

24 horas depois

 
A TARDE e Correio Braziliense têm capas semelhantes. Só que a do Correio foi feita 24 horas depois.

As melhores capas do day after das eleições

 
A melhor capa do dia seguinte das eleições é a do Estadão. Reproduz o clima em que Dilma e Serra entram no segundo turno. Muito boa as fotos. O Diário de Pernambuco tem uma solução gráfica interessante, mas fica só na perspectiva de Dilma. O Povo também se destaca com a saída de cena de um "coronel" com ares de modernidade.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A capa de A TARDE

Ao ser convocado para a fechar a capa de A TARDE para as eleições na segunda-feira passada (estou fora da edição há dois meses, desenvolvendo um projeto para o Grupo), comecei a pesquisar as capas dos jornais americanos na última eleição presidencial. Trabalhava com duas possibilidades: a eleição de Dilma no primeiro turno e a prorrogação da disputa, que era o plano B. Se Dilma ganhasse, ela teria algo em comum com Obama, os dois seriam os primeiros presidentes - um negro, uma mulher.

As duas páginas tinham uma única coisa em comum: com a reeleição praticamente certa de Jaques Wagner, o que tiraria o aspecto de novidade. Optei por tratar da questão regional num fólio. A decisão de estar acima ou abaixo do logotipo ficou com a editora de Arte, Iansã Negrão. Optou por ser acima por ser uma capa temática, o que tiraria a obrigatoriedade de mantermos o projeto editorial de colocarmos acima do título, temas como tecnologia, educação e outros, que costuma ser mais pedidos pelo público do jornal.

Não tinha dúvida de que as eleições presidenciais, mesmo nos jornais regionais,  influem diretamente na vida dos eleitores de qualquer estado. Há uma visão equivocada de que para ser regional você tem que ser paroquiano - tinha gente no jornal que defendia que a principal matéria deveria ser sobre a escolha de dois senadores ligados ao PT, algo que até era um bom assunto, mas num segundo plano. Minha argumentação é simples: um jornal regional precisa de contextualização local, seja qual for o tema. Sem dúvida alguma, estava claro que a disputa presidencial seria a manchete.

Com o resultado e o segundo turno sacramentado, melhora ainda. Melhora ainda jogar a cobertura para frente, dando números, mas não fazendo deles o principal elemento da página.

No final da tarde de ontem, a primeira dúvida: usar fotos ou as charges de Simanca, com Serra muito parecido com o dono da usina nuclear do seriado Simpson e Dilma com peitos em sen tidos diferentes. Podia parecer provocação. No entanto, após mostrar a página para vários editores, ninguém teve a impressão de que estaríamos esculhambando os personagens. Além disso, as fotos eram óbvias demais.
Resolvido o problema do nível principal, faltava o rodapé.

As comuns listas dos mais votados, balanços e o campeão Tiririca foram fáceis de resolver. O detalhe final ficou pela escolha da foto de Lula e a chamada sobre ele, praticamente ignorado nas primeiras páginas dos jornais brasileiros. Era preciso mostrar e representar o que ele estaria sentindo diante da mudança que se processava nas hostes do PT: a vitória certa se transformara num jogo muito mais disputado. Pronto. É o que foi para rua e vocês podem ver na imagem que abre o texto.

O trabalho também tem a assinatura valiosa da designer Ludmila Cunha e é fruto do que foi apurado por uma centena de jornalistas.

Deu no NYT

Chamada das eleições brasileiras no New York Time e nota de rodapé

Capas eleitorais

 Jornais populares dão um show de bola nas suas capas. Para mim, as melhores capas sobre as eleições foram de O Dia e do Notícia Agora (ES).



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Não é para ter raiva?

Nos anos 80 não havia um estudante de jornalismo, com tendência para o impresso, que não desejasse trabalhar no Jornal do Brasil. Concretizei esse sonho em maio de 1985, quando Dácio Malta, editor de Cidade, aceitou-me em sua equipe. Minha primeira missão consistia em fazer rondas pelas delegacias cariocas, registrando estelionatos, assaltos e assassinatos. O resultado da apuração era publicado diariamente com o propósito de mostrar que os índices de violência, na metade do primeiro governo Leonel Brizola, cresciam absurdamente. O trabalho inicial não era a melhor coisa do mundo, mas conviver numa redação com muitos dos principais jornalistas do país era o máximo.


No dia 31 de agosto de 2010 quando o jornal deixou de circular no formato impresso e migrou para a versão digital me senti distante dos colegas saudosistas que participaram do Dia do Afeto ao JB, no centro do Rio, ou daqueles que criaram blogs nostálgicos. O que senti foi raiva. Raiva da família Brito e de Nelson Tanure, o empresário baiano que comprou o direito de explorar a marca de jornal mais importante dos últimos 119 anos. Também me ocorreu uma pergunta. Por que nenhum dos responsáveis por afogar o jornal em dívidas fiscais e trabalhistas foi punido?

Lendo o blog de Jorge Antônio Barros, subeditor de Cidade de O Globo e meu contemporâneo na pomposa redação da Avenida Brasil, 500, encontrei números aterradores. Ele escreve que “não foi surpresa quando, em 1995, o Banco Nacional quebrou, e ninguém noticiou que o JB, só a esta instituição devia cerca de 50 milhões de dólares (...). Pouco depois, quebraria o Banco Econômico, e de novo lá estava o JB na lista dos maiores devedores, algo em torno de 10 milhões de dólares”.

Jorge acrescenta:“na virada dos anos 80 para os anos 90 afloraram as grandes crises financeiras no JB, os primeiros atrasos no pagamento de salários. Os bancos, que antes premiavam erros administrativos da empresa mediante sucessivos empréstimos, fecharam a porta para a família Brito. A circulação começou a cair vertiginosamente”.

Voltando ao dia 1º de maio de 1985, quando peguei minha carteira de trabalho assinada como “repórter III” lembro-me que estava radiante de felicidade. Afinal, passaria a conviver numa redação com jornalistas como José Gonçalves Fontes, chefe de reportagem que nos anos 60 se transformara em verbete da enciclopédia Delta-Larousse por denunciar fraude nas eleições da Guanabara e, a partir de então, acumulara prêmios como o Esso e o Maria Moors Cabot, conferido pela Universidade de Columbia. Nesta época, só a editoria de Cidade tinha 70 jornalistas, incluindo seis copidesques rigorosos que transformavam textos em obras-primas, com a paciência de explicar as mudanças para os mais jovens. O mesmo valia para o melhor pauteiro do país, Luciano de Moraes, que me ensinou a função.

A convivência com essa turma me transformou num jornalista obcecado pela apuração e pouco afeito a elogios. Fontes não cansava decontar como era difícil assinar uma matéria quando ele era repórter, pois o JB exigia texto perfeito, criatividade, boa apuração e relevância para dar ao jornalista o direito de colocar o nome nas páginas mais respeitadas da imprensa brasileira. Quem assinava matéria pagava uma chopada.

Saí do JB em setembro de 1987 para trabalhar em O Dia. Voltei pouco mais de 12 anos depois em fevereiro de 2000. Não encontrei mais a frota de Opalas Comodoros da mais cara empresa de táxi especiais do Rio, que durante um período serviu ao jornal – um exemplo dos muitos desperdícios e contratos questionáveis. Lembro que a largura dos veículos até então exclusivos dos aeroportos era maior do que as vielas das favelas, onde fazíamos matérias sobre o avanço do poderio do tráfico.

Da antiga geração, restavam poucos, a maioria já havia se transferido para O Globo. As equipes eram inexperientes e o prédio cheirava a esgoto, pois a tubulação não tinha manutenção. Salários atrasavam e os telefones chegaram a ser cortados. As greves de apoio aos colegas de outros jornais, realizadas em décadas anteriores, viraram protestos pelo básico: pagamento em dia e depósito do Fundo de Garantia. Fui demitido por fazer parte do comitê que fazia as reivindicações no mesmo dia em que saiu Marcos de Castro, redator que por seus conhecimentos participou da elaboração do Dicionário Aurélio. De lá para cá, a redação mingou. Tanure, ao contrário do prometido, investiu pouco e mal. Enterrou o jornal de papel e ainda faz marketing que investe no futuro, pagando pouco a meia-dúzia de profissionais terceirizados.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Exploração das praias


A questão da orla de Salvador, onde as barracas de praias estão sendo construídas, me fez lembrar das praias no Sul da Itália, onde muitas delas são exploradas por hotéis e restaurantes. Para entrar em áreas com espeguiçadeiras, sombreiros, seguranças e salva-vidas paga-se entre 8 euros (R$ 18,40) e 18 euros (R$ 41,40).

Existem espaços públicos - faixas entre 20 e 40 metros de extensão - , ao lado dos privados. Também impressiona que nos trechos públicos apareçam placas de riscs, de falta de guarda-vida.


A exploração desses espaços é muito antiga. Fiz a foto de uma placa que mostra que ocorre desde 1915.

De qualquer forma, apesar da infraestrutura, acho que tanto em Salvador, quanto na Ilha de Capri, Sorrento e Positano é necessário permitir que os banhistas tenham direito de usufruir mais e que privatização tem limites.
 As fotos de cima para baixo: 1) Área privada na Ilha de Capri. 2) Área pública em Capri.3) Área pública entre as áreas privadas em Sorrento. 4) Os preços das áreas de banho em Sorrento. 5) Início da exploração do local. 6) Capri e suas praias privadas.